segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Conspiração


Tudo conspirou...
Irradiações arderam-me a face;
Me fizeram andar sob árvores que coagiam folhas a dançar eolicamente ao meu redor.
O acadêmico tornou-se bosque encantado.
Aceitei como um convite à dança. Meus cabelos estavam soltos, minha roupa adequada, mas não podia.
Tudo conspirava.

Tive que andar apressadamente,
Borboletas pediram-me pausa. Meus olhos as viram sem ver.
Forças eólicas conspiratórias, artificiavam sutilmente.
Árvores pomposas... Flores que decoravam a grama verde tentavam embeber-me com seu perfume.
Neguei traços, neguei cheiros, neguei cores – Neguei o belo, o inspiratório.
Toda a poesia da natureza aspirava prender-me.

Meus cabelos esvoaçavam... O vento contrário à gravidade 
Pediam-me pausa para recompor-me.
Mas meu âmago tinha um destino.
Minha alma cegou minha contemplação.
Até que se cumprisse!

Apareceu-me como um sopro... como areia solta ao vento. E ardeu-me os olhos.
Não neguei nenhum traço, nenhum cheiro...
Tudo por um aceno, sem sorriso.