terça-feira, 26 de julho de 2011

Encontro de Almas


Não me contive!
Mais uma vez, não me contive...
Veio-me através de sons surdos, sonoros e vibrantes. 
Quanto ardor! Em meu nome, em teu corpo.
Quantas vezes irei ressuscitá-lo?  Quantas vezes?
Evite tudo àquilo que lhe causa dor;  
O tomo em um só gole.
Minhas mãos agem a meu favor, num reflexo.
Meu corpo já não a favor;
Fisiologicamente, tornou-se necessidade.

Suas letras cheias de imagens... Cheias de febres, cheias de amor.
Para que teorias literárias? Para que explicá-lo?  
Não se pode delimitar o sublime.
Basta sentir cheiros quentes...
Ouvir sussurros ao ouvido...
Sentir borbulho de sangue efusivo...
Ver jardins que emanam flores.

Ainda sou lua, sua lua.
Olhe pela janela minha palidez...
Banho-me em um mar negro de estrelas que cintilam cores.
Mas elas não me tocam.
Minha palidez, dada por ti, tornou-se imponente.
Falta-me cor; falta-me seu toque.

Como podes dissimular ao dizer que mulheres não possuem almas
E que se possuírem estão inacessíveis aos filósofos?
Não lembras que escolheste escrever em minha alma?...
Assim jamais se apagou pela ação do tempo...
Só um filósofo a tocou... A descobriu, a inspirou, a revelou.
Conheces todas minhas faces intrínsecas,
Seu corpo as possuiu, as sorviu uma a uma com ardor...
Memorizando traços, roubando segredos, revelando laços, dispondo cores.

Sua branca palma revela...
Contornos de minha alma, lábios, olhos – marcados suavemente.
Imaturamente, negas tê-la tocado.
Em nossos momentos de fervor foi nela que tocaste com amor.
Ligando almas em única volúpia.
Fingindo um gozo - negando um encontro, uma descoberta.

Assim nossas almas tocaram-se... Tocaram-se... Amaram-se.
Demasiadamente, voluptuosamente...
Num elo de prazer, onde corpos figuram
Para almas fundirem-se.
Em uma carícia, que denominas posse.

A incúria da carne o fizera perder o encontro de almas.
O filósofo sentiu, possuiu, demarcou
E negligenciou.
Ela sempre esteve acessível ao filósofo,
Ao meu filósofo.
Ao seu toque com ardor!
 

2 comentários:

  1. Ai, ai não sei o que comentar. Um texto profundo...Nossas ideias meio que se bifurcaram nas escolhas do que tratar...vai ver é pq de fato a boca fala do que está cheio o coração...O melhor de td é escrever, eternizar, sem nda esperar...Um bjuu!!

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  2. Olá Anabel, visitando alguns blog, encontrei o seu, adorei!!!parabéns!!!posts maravilhosos. esse então, encontro de almas, bem profundo, além de melancolico, cheio de saudade um amor vivido com todo fervor. seguindo vc. sucesso!!!otima tarde. bjs
    ahhhhhh aguardo sua visitinha no meu blog, caso goste do que ver por lá e quizer me seguir será um prazer. obrigada

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