sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Sons de Lira

Por que querer-te?
De pétalas entreabertas, cheira a amor o teu perfume,
A maciez do teu corpo é como um vestido de seda ajustando-se ao meu corpo nu,
O sabor de toda natureza cabe em teus lábios.
Por que amar-te,
Se tens no corpo o desejo que o meu deseja?
Pra que amá-lo,
E só ouvir sons de lira quando declamares algum poema?
Foi assim que te amei!
Quando de um sonho despertei.
Quando ousei-me a dançar...
Ao som da lira que soava de tua boca...
E dancei!...
Na presença e ausência dos deuses.
Perdi-me entre as constelações,
Fiz-me estrela!
E jamais queria me encontrar...
Roubei toda beleza da natureza.
Lua, astros, estrelas - redimiram-se a mim.
Tudo me contemplava e me odiava
O mundo resumiu-se em mim.
Dancei sobre, entre a relva.
Dancei sobre as águas revoltas e pacíficas dos oceanos.
De repente!
O som parou!
Olhei de um lado a outro: solidão, escuridão.
Eu, com minhas últimas forças, levitava
Sobre o assombroso oceano.
Fitei a lua! Tentei encontrá-la!
Ela nem se importou...
Busquei nas estrelas minha salvação,
Elas apagaram-se...
Aos poucos, as águas afundaram-se em mim...
Meus olhos negros tentavam algo avistar.
Embalde...
Só existia silêncio, dor e mistério...

2 comentários:

  1. Que lindo o som da Lira! Gostei de tua lírica, aperfeiçoa!

    A lira, instrumento da antiguidade, semelhante ao amor, foi sendo esquecido nessa pós-modernidade...Que bom que vc lembrou. Seni-me dançando na lira do vento...Embalde!

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